Em 16 de julho de 1900 nascia na Serra do Doutor, mais especificamente nas proximidades de Campo Redondo/RN, a Sra. Francisca Teresa da Conceição, mais conhecida como Dona Chiquinha.
Uma mulher de fibra, ela morou na zona rural por mais de 50 anos de sua vida, vindo a se mudar para Currais Novos pouco mais tarde, lugar onde reside até hoje. Dona Chiquinha carrega no corpo as marcas dos raros 114 anos, o que a faz ser a mulher mais velha do Brasil.
Viúva de Deoclésio F. de Lima, falecido aos 71 anos, a ela experiências e histórias não faltam: são sete filhos (mas eram 13 no total), netos, bisnetos e tataranetos. A sua genealogia se alarga a cada ano, na pele ficam as marcas da idade, na memória poucas recordações que já não ecoam através da voz ou de expressões, e no coração permanece o sentimento de amor por aqueles que a querem bem.
Devota de Sant’Ana, Dona Chiquinha luta pela vida todos os dias, e para isso seus filhos cuidam com muito zelo dela, que conta com o apoio e desvelo incondicional dos herdeiros, visto que sofrera um acidente vascular cerebral aos 105 anos e ficara desde então ainda mais debilitada, ocasião na qual ela perdera a movimentação do corpo.
Acompanhada por uma geriatra, com alimentação e horários regrados, a idosa a cada 6 meses é levada pelos parentes para fazer uma avaliação geral do seu estado de saúde, mas vale salientar que ela encontra-se estável, não toma medicamente, e apresenta-se sem maiores danos no seu bem estar.
Resistindo bravamente ao tempo, a idade e a vida de forma geral, Dona Chiquinha é um exemplo sensível e puro da força da mulher sertaneja. Um dos seus filhos comenta que é um trabalho dobrado cuidar da mãe, mas não poupa esforços para fazê-lo, e emocionado diz: “Eu sou um pedacinho dela! Tê-la ao nosso lado até essa idade é uma coisa muito rara e uma alegria sem tamanho”.
Na terra da longevidade, essa idosa, que é considerada uma das mais velhas do Brasil, ou talvez a MAIS VELHA, dá uma lição de vida e superação. E aí fica a reflexão de qual será o verdadeiro segredo para uma existência longínqua.
Jornal Expresso - Geyse Bárbara
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