Erinaldo Rafael da Silva, o Baé, é conhecido em Natal (RN) como o torcedor número um do América. Nos jogos, faz as vezes de animador de torcida. Chega ao estádio uma hora antes do jogo, sempre na sua bicicleta vermelha enfeitada com seis pequenas flâmulas do time. Para aquecer, desce ao gramado e corre de um lado para o outro sacudindo uma bandeira do América. De repente, Baé para, ajoelha-se em cima do estandarte e reza. Logo após um cumprimento aos jogadores, o ritual termina com a subida do torcedor para a geral.
A festa continua na arquibancada. O torcedor grita, incentiva, pula. “O América é tudo pra mim. Eu sou o torcedor número um mesmo”, garante Baé. Antes da construção da Arena das Dunas, no antigo Machadão, onde não havia divisórias na arquibancada, Baé dava uma volta completa no estádio a cada gol alvirrubro – comemoração que ainda se repete nos jogos em Goianinha, cidade próxima à capital potiguar. “Já cheguei a dar oito voltas na arquibancada”, lembra. “Acredite se quiser: tenho 54 anos e ainda dou aquele show no estádio.”
Nem sempre Baé esteve tão próximo do seu time do coração. Quando ainda morava em Angicos, cidade a 180 km de Natal, tinha que acompanhar as partidas do América pelo rádio. Às vezes, conseguia assistir a uma partida ou outra na TV de uma fazenda vizinha. Em Natal, onde chegou em 1979, Baé tratou de recuperar o tempo perdido. Em 1991, o torcedor número um do Dragão pediu trabalho ao presidente do clube. “E ele disse ‘você tá empregado a partir de amanhã’. E até hoje eu tô aqui. Tenho um quartinho na sede. Moro e trabalho no América. Respiro América”, conta o auxiliar de serviços gerais.
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