A exposição O Tempo e Eu (e Vc) recebe o visitante em um labirinto de 20 mil livros, em uma representação da “Babilônia”, apelido carinhoso que o escritor Câmara Cascudo deu à sua biblioteca. O escritório desse potiguar, que foi um dos grandes pesquisadores das crenças e costumes brasileiros, é complementado por uma estante com objetos pessoais que apresentam diversas facetas do autor.
“Um autor que o público conhece muito pouco ou, às vezes, nem conhece”, ressalta o curador da exposição sobre Câmara Cascudo, Gustavo Wanderley, aberta ao público no Museu da Língua Portuguesa, ao lado da Estação da Luz, região central da capital paulista.
Apesar da forte ligação com os livros, Cascudo se esforçou para escutar e sentir os elementos que formam a cultura brasileira. “Cascudo era um grande leitor, mas também um grande etnógrafo, ele ia aos lugares. Interessava a ele ouvir e estar com as pessoas. Então, ele viajava por todo o Brasil, inclusive para fora do país”, destaca Wanderley.
Ao pesquisar as raízes da alimentação no país, o autor chegou a passar três meses na África Ocidental. “Nos países de onde as pessoas escravizadas à época vieram. Para ele era muito importante estar no lugar da origem dessas pessoas”, enfatizou o curador. Essa parte do trabalho de Cascudo é apresentada em uma cozinha com colheres de pau, sacas de cereal e descanso de pratos.
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